Depois de sua quarta e última participação na guerra do Iraque, o atirador de elite dos Seals, Chris Kyle, resolveu escrever suas memórias sobre tudo o que viu e o que teve de enfrentar em sua longa carreira militar. Daí surgiu o livro Sniper Americano, o qual teve sua adaptação para o cinema estreando no Brasil no início de 2015.
A guerra no Iraque, iniciada formalmente em 2003, dividiu opiniões sobre quais seriam seus verdadeiros propósitos. O Governo americano pregava a “guerra ao terror” e a defesa do território nacional, enquanto outros (a oposição e boa parte da população) entendiam isso apenas como um pretexto para disfarçar interesses econômicos e políticos envolvendo o petróleo iraquiano.
Porém, este livro trás a visão de um soldado, que está ali para obedecer a ordens e cumprir seu “dever para com o país”. Um soldado que, antes de lutar pela própria vida, quer lutar pela vida de seus companheiros. Pode parecer clichê e um tanto forçado, mas fica evidente na leitura que Kyle era um patriota, que chegou a colocar o país acima da família. Talvez tenha sido esse patriotismo, aliado a seu talento, que lhe deu destaque como militar e tenha lhe rendido o título de “o atirador mais letal da história dos Estados Unidos”. Ou simplesmente pode ter sido sua paixão pelo combate, seu gosto por matar, que ele fazia questão de admitir abertamente ao longo da narrativa.
“Mas não arrisquei a vida para levar a democracia ao Iraque. Arrisquei-a pelos meus companheiros, para proteger meus amigos e compatriotas. Fui à guerra pelo meu país, não pelo Iraque. Meu país me mandou lá para que aquela merda não fosse parar na nossa terra.”
O perturbador relato autobiográfico do atirador mais letal da história das forças armadas norte-americanas. Ao longo de uma década de serviço, incluindo diversas incursões ao Iraque e a outras zonas de combate durante o auge da chamada Guerra ao Terror, Chris Kyle, atirador de elite dos Seals, alcançou o recorde de mais de 150 mortes confirmadas pelo Pentágono. No livro, ele fala abertamente dos sofrimentos da guerra, da morte brutal de alguns companheiros, da ação como atirador e da frieza e precisão que desenvolveu ao longo do serviço, lançando luz não só sobre a perturbadora realidade dos combatentes como também sobre a extrema dificuldade da readaptação dos que retornam ao lar. Em 2013, Chris Kyle foi assassinado a tiros por um veterano da guerra do Iraque que sofria de estresse pós-traumático, e sua história estará nos cinemas em 2015 em filme homônimo ao livro, dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Bradley Cooper.
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